Trabalhadores do sistema de ônibus de Teresina fazem paralisação e Strans abre cadastro de veículos para suporte
09/05/2025
(Foto: Reprodução) Strans comunicou que donos de empresas e demais interessados em cadastrar veículos para dar suporte ao serviço de transporte público, durante movimento grevista, devem comparecer à sede do órgão até 18h desta sexta-feira (9) e de 07:30 às 12h no sábado (10). Motoristas e cobradores fazem paralisação agora pela manhã
O sistema de ônibus do transporte público de Teresina passou por paralisações parciais nesta sexta-feira (9). O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) informou que a categoria reivindica reajuste salarial e melhorias de benefícios como vale-alimentação e plano de saúde. A primeira paralisação aconteceu nas primeiras horas da manhã e uma segunda ocorreu durante a tarde.
O Sintetro prevê novas paralisações parciais. Em virtude disso, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) comunicou que donos de empresas e demais interessados em cadastrar veículos para dar suporte ao serviço de transporte público, durante o movimento grevista, devem comparecer à sede do órgão até 18h desta sexta-feira (9) e de 07:30 às 12h no sábado (10).
Conforme a Strans, interessados devem apresentar documentação do veículo e do condutor.
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O secretário de imprensa do Sintetro, Cláudio Gomes, disse ao g1 que a orientação para a paralisação desta sexta (9) era de que os veículos não iniciassem as atividades nos primeiros horários da manhã, nas 11 garagens de ônibus da capital. Segundo o sindicato, apenas dois ônibus que fazem linha para a zona rural sul da cidade circularam.
Durante a manhã, os veículos voltaram a circular, gradualmente, a partir das 8h.
"Estamos reivindicando o reajuste de 15%. E desde janeiro que o sindicato tenta intervir nas negociações, nas reivindicações dos trabalhadores como um ganho real, ticket e plano de saúde, que todo ano tem", afirmou Cláudio.
Trabalhadores do sistema de ônibus de Teresina fazem paralisação e Strans abre cadastro de veículos para suporte
Gil Oliveira
"Nesses três anos que a gente tá frente do sindicato, por incrível que pareça, é o primeiro ano que a gente passa, o dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, sem ter a convenção coletiva aprovada", completou.
Atualmente, conforme o Sintetro, cerca de 250 ônibus circulam pela capital nos horários de pico. Nos demais períodos, a frota é reduzida para menos de 200 veículos.
Garagem de empresas do transporte público de Teresina
Reprodução/TV Clube
O que diz o outro lado
A Strans e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) se pronunciaram, através de nota, sobre a paralisação do trabalhadores do transporte público.
Além disso os órgãos também falaram sobre as negociações do acordo de convenção coletiva reivindicado pelos trabalhadores.
A Strans disse que se reuniu com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Setut e Sintetro para avaliar a situação. E que, se alguma greve for deflagrada, a superintendência vai garantir o funcionamento do transporte público de forma reduzida.
Já o Setut disse ao g1 que reconhece a legitimidade das demandas apresentadas e que foi apresentado aos trabalhadores uma proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos.
"Ressalta-se que uma greve neste momento, em um setor já fragilizado por sucessivas crises e queda de demanda, pode gerar ainda mais danos ao sistema de transporte público, visto que, a paralisação tende a provocar ainda mais perdas no número de passageiros transportados, o que compromete a sustentabilidade do sistema", destacou o sindicato do empresários por meio de nota.
Em caso de greve ou paralisação, o Setut também informou que também irá garantir a manutenção mínima dos serviços essenciais.
Nota Strans
A Strans participou de uma reunião na última segunda-feira (05) no Ministério Público do Trabalho (MPT) onde o Sintetro expôs as propostas ao Setut. O MPT vai avaliar se a greve é legal ou não diante do pedido da categoria, o sindicato dos empresários pode oferecer uma contraproposta.
Dependendo das negociações que ainda estão em vigor, havendo reflexo financeiro, a Strans vai levar ao prefeito de Teresina para averiguar a possibilidade do reajuste. Porém, havendo a greve, a Strans garante, conforme a lei, que assegura aos serviços essenciais e o funcionamento de forma reduzida.
Nota Setut
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que permanece aberto ao diálogo com os trabalhadores e reconhece a legitimidade das demandas apresentadas. Ressalta-se que não houve, em nenhum momento, recusa por parte das empresas em negociar ou participar de reuniões de mediação, sendo mantida uma postura colaborativa e de respeito às instâncias institucionais.
Importante destacar que, na última gestão, os trabalhadores do setor permaneceram sem convenção coletiva vigente, realidade que o setor patronal busca superar. Foi apresentada proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos, com a garantia de manutenção de todos os benefícios sociais atualmente existentes e a previsão de negociação anual das cláusulas de natureza econômica, considerando a realidade do sistema e os desafios enfrentados.
O SETUT compreende que este é o primeiro ano de mandato da nova gestão municipal, que tem se deparado com uma situação administrativa complexa e demandante. Nesse contexto, é natural que haja um período de reorganização e estruturação, o qual exige responsabilidade e diálogo de todos os atores envolvidos. O Sindicato das Empresas reafirma sua disposição em atuar de forma construtiva, respeitando esse momento da administração pública e buscando, junto aos trabalhadores, soluções que garantam a continuidade dos serviços com equilíbrio e sustentabilidade.
Sobre a paralisação anunciada, o SETUT encaminhará ofício ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reiterando sua preocupação com os impactos da greve sobre a população, especialmente os usuários mais vulneráveis que dependem do transporte público. A entidade também está adotando todas as providências técnicas e legais para assegurar a manutenção mínima dos serviços essenciais.
Ressalta-se que uma greve neste momento, em um setor já fragilizado por sucessivas crises e queda de demanda, pode gerar ainda mais danos ao sistema de transporte público, visto que, a paralisação tende a provocar ainda mais perdas no número de passageiros transportados, o que compromete a sustentabilidade do sistema, podendo resultar na redução da frota em circulação e, infelizmente, na necessidade de demissões. Por isso, é fundamental que prevaleça o bom senso e o compromisso com o equilíbrio coletivo.
O SETUT reafirma seu compromisso com uma solução responsável, equilibrada e sustentável, que contemple os interesses dos trabalhadores, da população e a continuidade do sistema de transporte público de Teresina.
Trabalhadores do sistema de ônibus de Teresina fazem paralisação nesta sexta-feira (9)
Márcia Gabriele/Rede Clube
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